
Mais uma mulher teve sua vida interrompida de forma brutal no Maranhão. Na madrugada deste domingo (26), foi Rafaela de Sousa Nunes, de apenas 24 anos, morta a facadas pelo ex-companheiro, Gilson Pereira Martins, em Imperatriz.
O crime aconteceu na própria casa da vítima, no bairro Vila Fiquene, e mais uma vez levanta uma pergunta que parece ecoar sem resposta: até quando?
Segundo a polícia, Rafaela havia acabado de voltar de uma festa quando foi surpreendida pelo agressor, que invadiu sua residência.
A vítima travou uma luta corporal com Gilson, objetos quebrados no interior da casa demonstraram que ela resistiu às agressões.
Mas infelizmente, ela não conseguiu se defender dos golpes — foram ao menos sete facadas.
O suspeito fugiu, mas foi preso em flagrante no bairro Bacuri, tentando escapar pelo muro de uma escola. Ao ser abordado pela polícia, o covarde ficou em silêncio.
Mas o silêncio que mais dói é o das autoridades, dos políticos, silêncio do sistema como um todo.
Rafaela tinha uma medida protetiva contra o ex-companheiro, resultado de um histórico de ameaças e agressões. Gilson, inclusive, já respondia por tentativa de feminicídio contra outra mulher. Mesmo assim, ele estava solto — livre para repetir a violência, livre para matar.
E é impossível não pensar em quantas “Rafaelas” vivem o mesmo drama todos os dias. Quantas denunciam, pedem ajuda, acreditam na "proteção" da lei e, ainda assim, viram estatística?
O feminicídio não é um caso isolado. É o reflexo de uma sociedade que ainda normaliza o controle, a posse e a violência contra mulheres.
É um problema que pede urgência em políticas públicas mais eficazes, fiscalização mais rigorosa e, acima de tudo, punição exemplar — porque toda mulher morta, já havia gritado por socorro antes.
Rafaela não morreu por “amor”, nem por “ciúmes”.
Ela foi vítima de machismo, descaso e impunidade.
Onde buscar ajuda?
Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher. Atendimento gratuito e 24 horas em todo o Brasil.
Ligue 190 – Polícia Militar, em casos de emergência.
Delegacias Especializadas da Mulher (DEAMs) – oferecem suporte jurídico e psicológico.
Aplicativos: “Direitos Humanos Brasil”, “Salve Maria”– permitem registar denúncias de forma anônima.
Denunciar é o primeiro passo para romper o ciclo da violência e salvar vidas.
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