O afastamento de quatro diretores de escolas municipais do Rio de Janeiro chamou a atenção de especialistas em educação e sexualidade. Os gestores estão sendo investigados em uma sindicância, após um vídeo de uma apresentação de dança, em uma escola municipal na Cidade de Deus, na Zona Oeste da capital viralizar na Internet.
O grupo artístico se apresentou para os alunos ao som de uma música com conteúdo erótico, o que levantou muitas questões a respeito do contato das crianças com as temáticas sexuais. Para os especialistas, o tema da sexualidade não deve ser simplesmente proibido, mas abordado com os devidos cuidados, de forma transversal, envolvendo todos os profissionais da rede, sem restrição de disciplina.
É o que ressalta a psicóloga e especialista em gênero e sexualidade, Luciana Janeiro Silva.
Luciana também ressalta que, com a exposição cada vez maior das crianças às redes sociais, o tema não pode ser considerado tabu. Para ela, conversar francamente é o caminho mais saudável.
A educadora social antirracista, Marcele Oliver, também ressalta a importância do respeito à faixa etária, mas acredita que com os devidos cuidados, a educação sexual precisa começar antes da adolescência. E lembra que informações erradas podem ser acessadas por qualquer um, à distância de um clique.
A educadora chama a atenção ainda para outro aspecto muito importante: abordar a sexualidade, sem medo, ajuda a prevenir abusos.
As duas especialistas também reforçam a importância da educação sexual para além dos muros das escolas. Afinal de contas, também é preciso haver diálogo no ambiente familiar e as crianças e adolescentes precisam se sentir seguras e confortáveis para conversar com os responsáveis sobre esses assuntos.
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