Luciano Genésio é afastado da Prefeitura de Pinheiro, após operação que aponta desvio milionário na Saúde e Educação

 


Luciano Genésio, prefeito afastado de Pinheiro — Foto: Arquivo pessoal


O prefeito da cidade de Pinheiro, Luciano Genésio (PP), foi afastado da Prefeitura de Pinheiro após uma decisão da Justiça, segundo a Polícia Federal. E não foi definido um prazo para o fim do afastamento do gestor municipal.

A decisão ocorre em meio a operação 'Irmandade', nesta quarta-feira (12), que descobriu uma organização criminosa que praticava fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro em Pinheiro. De acordo com a PF, os beneficiados eram Luciano Genésio e seus parentes, por meio de contratos fraudulentos com empresas ligadas ao prefeito.

"Conseguimos desvendar o caminho do dinheiro. Havia o pagamento da Prefeitura de Pinheiro para essas empresas, e, no mesmo dia, ou posterior, uma parte desse dinheiro era revertido para o gestor público municipal. Todos os contratos têm o valor R$ 38 milhões. Não conseguimos aferir o valor exato, mas, ao que os indícios indicam, foi um desvio milionário", declarou o delegado Regional Executivo, Rodrigo Sá.

Em nota, o prefeito Luciano Genésio não comentou as acusações da Polícia Federal e se limitou a falar que vai continuar trabalhando 'para o bem do município de Pinheiro'.

"Com serenidade e humildade enfrentaremos esse momento apresentando a nossa defesa e estando sempre à disposição das autoridades. Enquanto prefeito eleito majoritariamente pela vontade popular continuarei fiel às minhas obrigações e aos pinheirenses, e espero seguir trabalhando pelo melhor para o município de Pinheiro", diz a nota de Luciano Genésio. Já a Prefeitura de Pinheiro ainda não se pronunciou.

Prefeito de Pinheiro é alvo de operação da Polícia Federal por suspeita de desvio de recursos da educação e da saúde — Foto: Divulgação/Polícia Federal


Em entrevista coletiva, o delegado da PF afirmou ainda que ficou surpreso porque Luciano sabia das investigações, mas ainda assim não temeu o que poderia acontecer.

"Causou um certo espanto na Polícia Federal esse caso e justificou o afastamento do gestor público pelo Tribunal de Justiça Federal. Foi que os investigados já tinham ciência da investigação, já tinham sido intimados para serem ouvidos, mas, mesmo assim, eles não cessaram as condutas criminosas. Ao que parece, até aumentaram as movimentações financeiras", completou o delegado.

Prefeito de Pinheiro é alvo de operação da Polícia Federal por suspeita de desvio de recursos da educação e da saúde — Foto: Divulgação/Polícia Federal


Luciano Genésio é suspeito de integrar a organização criminosa, que estaria desviando dinheiro de verbas federais do Fundo Nacional de Saúde e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica. Tudo era feito por meio de empresas em nome de terceiros.

As investigações apontam diversos indícios de que o proprietário de fato das empresas contratadas era o próprio gestor público municipal, Luciano Genésio, o que se confirmou por meio da análise das movimentações bancárias.

Prefeito de Pinheiro é alvo de operação da Polícia Federal por suspeita de desvio de recursos da educação e da saúde — Foto: Divulgação/Polícia Federal


A operação Irmandade foi realizada nas cidades de São Luís, Pinheiro e Palmeirândia. Durante a ação, a Polícia Federal cumpriu 11 mandados de busca e apreensão, 10 mandados de sequestro de valores.

Diante desses fatos, além de cumprir os 11 mandados de busca e apreensão e os 10 mandados de sequestro de valores, a Polícia Federal deu ordens de que Luciano Genésio seja impedido de:

  • Exercer a função pública
  • Acessar ou frequentar a prefeitura
  • Manter contato com os outros investigados
  • Ausentar-se da comarca de sua residência durante a investigação
Prefeito de Pinheiro é alvo de operação da Polícia Federal por suspeita de desvio de recursos da educação e da saúde — Foto: Divulgação/Polícia Federal

As determinações judiciais foram expedidas pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Se confirmadas as suspeitas, os investigados poderão responder por:

  • Fraude à licitação (Art. 96, inciso I, Lei 8.666/93)
  • Peculato (Art. 312, Código Penal)
  • Lavagem de capitais (Art. 1º, caput, Lei 9.613/84)
  • Integrar organização criminosa (Art. 2º, Lei 12.850/13).

Somadas, as penas podem chegar a 34 anos de prisão.




Fonte: G1

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