Primeira edição do roteiro "Segredos Históricos" encanta público

Apresentação em frente a Igreja do Carmo (Divulgação)

Um passeio guiado com trajeto por oito pontos simbólicos do Centro de São Luís, na noite de quarta-feira (4), deu início a mais um programa de incentivo ao turismo na capital maranhense, o roteiro “Segredos Históricos”. A primeira edição do programa, recriado pela Secretaria Municipal de Turismo (Setur), foi prestigiada por dezenas de visitantes, entre ludovicenses e turistas.

O tour teve como ponto de partida o Palácio de La Ravardière, sede da Prefeitura de São Luís. No local, para dar ritmo ao passeio entoado por canções locais e nacionais, houve apresentação do tambor de crioula da Liberdade, bairro com maior população afrodescendente da capital, seguido de percurso histórico da construção arquitetônica que abriga o executivo municipal, datada de 1689, contado pelo guia do passeio, Wagner Vale. “Esse é um circuito com histórias que poucos livros contam, possibilitando descobrir segredos que poucos conhecem da Ilha do Amor”.

“A Prefeitura de São Luís, por meio da Setur, tem buscado desde o início do ano a retomada gradual e segura do turismo. E hoje, com o roteiro ‘Segredos Históricos’ damos início às várias atividades que virão, tudo isso seguindo os protocolos. Esse é um projeto que já existia, mas que esta ganhou uma nova roupagem para que todos, tanto a população quanto os visitantes, possam conhecer, a pé, o nosso Centro Histórico através da música, da arte e da cultura”, pontuou o secretário de Turismo de São Luís, Saulo Santos.

O roteiro seguiu por vários pontos do Centro Histórico. No Palácio dos Leões, houve a primeira apresentação teatral da noite, na qual personagens encenaram um casal de europeus. Mais uma história foi contada pelo guia do passeio sobre a edificação, um dos principais cartões-postais da cidade e que remonta ao dia 8 de setembro de 1612, quando os franceses, comandados por Daniel de La Touche, o Senhor de La Ravardiere, estabeleceram entre os estuários dos rios Anil e Bacanga, na ilha de Upaon-Açu, a colônia que batizaram de França Equinocial.

"Seguindo todos os protocolos sanitários, com segurança estamos voltando à normalidade. São Luís sentia falta desses eventos e o avanço da vacinação contra a Covid nos permitiu esse retorno, ainda que com muita cautela. A partir de agora é gerar emprego, mostrar as belezas da nossa cidade e continuar oferecendo a todos os nossos visitantes, assim como à população, a nossa cultura, história e encantos”, destacou o prefeito Eduardo Braide.

Encerrada a apresentação teatral ao som da música “tico tico no fubá”, o passeio seguiu pela Capitania dos Portos em direção ao Palácio Clóvis Beviláqua, prédio-sede do Tribunal de Justiça do Maranhão, ponto em que os acompanhantes puderam prestigiar um diálogo protagonizado por personagens que interpretaram Ana Jansen e uma modista. A cena gerou interação e arrancou o riso do público, que pôde conhecer um pouco de como agia a descendente da nobreza europeia.

Do Palácio da Justiça, o público seguiu trajeto, cantando junto com Tássia Campos e Arlindo Pipiu a música "Pedra de responsa”, para o Museu da Gastronomia Maranhense, localizado na Rua da Estrela. Neste ponto, o guia elencou momentos históricos da vida dos primeiros moradores da região, dos costumes, fazendo um percurso histórico das construções, seus significados e desvendando segredos, deixando encantado o público presente.

“Muito lindo de ver e ouvir a história de São Luís. Fico sempre encantada com cada fato. Esse programa é importante, principalmente, para a educação da nossa gente”, comentou a assistente social Ana Costa, de 29 anos.

Em seguida, o grupo seguiu o passeio, entoado por “aquarela do Brasil”, em direção à escadaria da Rua da Giz - a sexta rua mais bonita do país, momento em que, mais uma vez, o guia Wagner Vale transmitiu conhecimento sobre a região e suas construções, as histórias pouco conhecidas pela população e tão grandiosas quanto para os turistas que visitam São Luís.

Ali próximo, repousaram, junto da música “nordeste brasileiro”, na Praça Benedito Leite, onde aconteceu mais uma pequena apresentação teatral envolvendo os personagens de Gonçalves Dias e seu grande amor, Ana Amélia. De perto, e com toda a energia que a arte é capaz de causar, o público se encantou com o genuíno envolvimento do casal. “Estou fascinada com a história, com o passeio. Tudo muito lindo, de arrepiar, de verdade”, disse a turista de Teresina-PI, Beatriz Carvalho, de 31 anos.

De lá, e antes do fim do roteiro “Segredos Históricos”, guiados pela música “eu sei que vou te amar”, caminharam mais um pouco pela Rua de Nazaré (e Odyllo, fato descoberto durante o passeio), onde puderam prestigiar, diante do casarão azulejado de n 33, datado de 1866, a encenação de fantasmas do passado.

Por fim, em coro, cantando a música “se tu não quer, tem quem queira”, o público seguiu para prestigiar a última apresentação da noite, que teve como palco a escadaria da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, no Largo do Carmo. A peça reunia um padre e uma viúva que, ao término, se reuniram aos demais personagens que se apresentaram durante a noite e cantaram "Carcará", canção de João do Vale, fechando com chave de ouro a primeira edição do programa que dá início à retomada das atividades turísticas na capital.


Fonte: O Estado

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