Já há algumas décadas, consolidou-se juridicamente, em nível internacional e nacional, a concepção de que só existe verdadeiro desenvolvimento havendo sustentabilidade. Nesse sentido, destaco também o dia 22 de abril, marcado pelo Dia Mundial do Planeta Terra, que nos desperta a repensar a posição do Brasil no mundo, como detentor da maior floresta tropical do planeta, o que exige ainda maior responsabilidade com o tema.
A fim de recuperar a confiança internacional, abalada pela equivocada política ambiental adotada nos últimos anos, o Brasil terá a chance de se posicionar durante a Cúpula de Líderes sobre o Clima, a ser realizada por iniciativa do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta semana. Inseguros quanto à posição real que o Brasil vai enunciar, a aliança Governadores pelo Clima, composta por um grupo de 21 governadores de Estados, estruturou uma carta ao presidente Joe Biden com o objetivo de reforçar o compromisso dos governos subnacionais em impulsionar a regeneração ambiental, o equilíbrio climático, a redução de desigualdades e o desenvolvimento de cadeias econômicas verdes nas Américas.
Por meio do documento propomos, ainda, a construção de um Termo de Cooperação entre os Estados Unidos e os governos estaduais brasileiros, a fim de criar canais para ações em larga escala, em múltiplos pontos do território brasileiro, possibilitando a proteção de vegetação nativa; a restauração de áreas degradadas; a inclusão de comunidades locais com capacitação e geração de empregos; e a incorporação de empresas, em diversas cadeias econômicas verdes. Assim, conjuntamente, será possível constituir com agilidade a maior economia de descarbonização do mundo, alcançando-se a regulação dos ciclos hídricos e de carbono em escala planetária.
Vale ressaltar que continuamos refutando qualquer tipo de abordagem intervencionista por sobre a soberania brasileira, entretanto, reconhecemos a importância da cooperação internacional e do debate com outras nações. O que desejamos é ser ouvidos, já que não pode haver uma representação plena sobre aquilo que o Brasil e a Amazônia são, por meio de uma só voz, qualquer que seja ela.
Em nome da segurança da humanidade, creio que é possível e necessária uma ampla articulação que transcenda a dimensão institucional e alcance a sociedade civil, os movimentos sociais e os povos da Amazônia como elementos centrais. A segurança climática não é um objetivo isolado das questões sociais e do combate às desigualdades.
“Se todos quisermos, poderemos fazer deste país uma grande nação. Vamos fazê-la.” Este foi o desejo de Tiradentes. E deve ser o de todos nós que almejamos um país mais justo e desenvolvido para todos os brasileiros. Juntos, com consciência e responsabilidade, podemos sim construir uma grande nação.
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