Ciro Gomes prefere aliança com o PSDB ao PT e sugere que Lula vai enganar Flávio Dino



Em entrevista ao jornalistas Guilherme Amado, da revista Época, divulgada na sexta-feira (4), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) reafirmou seu descontentamento com o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), com quem sempre teve boas relações.

O pedetista desaprova os apoios que Dino encampou em seu estado na eleição municipal e critica o fato do governador ter ido votar, no segundo turno, com uma camiseta de estampa “Lula livre”.

Em entrevista recente, Ciro chegou a afirmar que Dino “perdeu a noção da realidade” e, à Época, sugeriu que o governador maranhense pode ser enganado por Lula.

“Já disse a ele: ‘Olha, essa enganação aí, já passei por ela quatro vezes’. O Lula chorando na presença de várias pessoas dizendo que devia tudo a mim, que eu tinha sido o cara mais leal do mundo e que naturalmente eu era o candidato. Falei: ‘Lula, você não tem condição de cumprir essa promessa, não precisa ficar dizendo isso, não. Estou fazendo pelas minhas convicções, pelo Brasil. Mas você não entrega essa promessa porque fora do PT não existe mundo para você’. Mas não é isso. O jogo do Lula é mais cretino, é filiar o Flávio Dino ao PSB para me tirar o PSB”, declarou o pedetista.

A fala de Ciro sobre Dino vem após o governador dizer, em entrevista à Fórum, que quer contar com ele e Lula juntos no enfrentamento ao bolsonarismo e na formação de uma aliança para 2022. Assim como o pedetista, o comunista também é virtual candidato à presidência nas próximas eleições.

“Quem vai ganhar a eleição sem o PT, minha gente? No campo da esquerda. Eventualmente sem o PDT, sem o PSB. Ninguém. Eu ganhei aqui juntando o campo. Então a gente tem que juntar o campo para vencer o Bolsonaro e a direita tradicional”, disse o governador.

Já Ciro segue com críticas a Lula e sinaliza que prefere uma aliança, para além do PSB e da Rede, com a centro-direita, que incluiria o PSDB. “Sim, eu acho [mais viável uma aliança com o PSDB do que com o PT]. O PSDB vai passar por um processo interno, que já está acontecendo, é muito silencioso, mas é uma disputa de hegemonia interna. Nas últimas declarações do Fernando Henrique, você percebe que ele está nesse projeto do Luciano Huck. O Tasso Jereissati não tem nenhum entusiasmo pelo Doria, o governador do Rio Grande do Sul também não, o Anastasia saiu do PSDB por causa disso e está no PSD”, disse o ex-ministro.

Confira a íntegra da entrevista aqui.

Comentários