Brasil tem perto de 1 milhão de casos confirmados, mas Bolsonaro diz que números da covid-19 "não condizem com a realidade"

Mesmo com o Brasil ocupando a segunda posição nas confirmações e na quantidade de mortes por Covid-19, Jair Bolsonaro continua a fazer de conta que problema é menor. "Os números não são muito precisos" e "obviamente não condizem com a realidade", disse ele.


Paciente com coronavírus em hospital em São Paulo e Jair Bolsonaro (Foto: Reuters)


247 - Insistindo na ideia de que existe um alarmismo sobre o coronavírus, Jair Bolsonaro voltou a reclamar dos números de infectados e de mortos pela doença no País. De acordo com ele, "os números não são muito precisos” e "obviamente não condizem com a realidade". Bolsonaro disse não ter informações de que "qualquer pessoa tenha falecido por falta de UTIs ou respiradores". De acordo com a plataforma Worldometers, que disponibiliza dados sobre a Covid-19 em nível nacional, o Brasil ocupa a segunda posição em número de confirmações (891 mil) e de mortes (44,1 mil).

"Temos informações do Brasil todo de muita gente que falece de várias comorbidades e, entre elas, a covid, e entra na estatística como covid apenas. Isso não ajuda para que tenhamos uma numeração perfeita do que acontece, para que possamos tomar outras iniciativas", afirmou ele, de acordo com o jornalista Augusto Fernandes, no Correio Braziliense, ao reportar entrevista de Bolsonaro concedida à Band News nesta segunda-feira (15).

Na semana passada, o ministro da Saúde interino, Eduardo Pazuello, anunciou que a pasta vai alterar os critérios para a divulgação dos números. Na nova contagem não ficariam registradas as confirmações e as mortes de forma acumulada. A plataforma ainda não foi lançada.

"A nova forma, que foi muito bem feita pelo Pazuello, nós computamos os mortos naquele dia. As mortes de dias anteriores nós não descartamos, simplesmente computamos naqueles dias anteriores. A metodologia mudou e ajudou bastante. Baixou muito no Rio de Janeiro. Amazonas praticamente zerou. Roraima está bastante alto. A tendência é diminuir como um todo sim, estamos notando isso aí", disse Bolsonaro, que também atacou o Supremo Tribunal Federal, ao dizer "estou sendo complacente demais", em referência a investigações sobre fake news e atos pró-golpe.

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