Bira cobra mudanças na PEC da Previdência em defesa das trabalhadoras



O deputado federal Bira do Pindaré (PSB) saiu em defesa das mulheres na comissão especial da Câmara dos Deputados que debate a reforma da previdência proposta pelo governo Bolsonaro, na noite de ontem (28). O parlamentar criticou a perda de idade diferenciada para aposentadoria das trabalhadoras rurais, professoras e policiais.

Na visão do parlamentar, a reforma da previdência, se for aprovada da forma que o governo deseja, vai aprofundar as dificuldades de acesso à aposentadoria das mulheres brasileiras, porque ignora a dupla jornada de trabalho, os salários mais baixos que o mercado brasileiro e a trajetória profissional diferenciada em função da maternidade.

“Eu ouvi, aqui, mulher dizer que não há preconceito no Brasil contra as mulheres. Eu ouvi mulher dizer que os direitos das mulheres atrapalha a mulher no mercado de trabalho”, em referência às exposições da representante do governo federal, Solange Paiva Vieira (Supep) e da professora Zélia Luiza Pierdoná (Mackenzie)

Bira apontou as falhas na apresentação da Vieira , para quem não deve haver qualquer diferenciação entre as idades mínimas de homens e mulheres para a aposentadoria

“Na proposta do governo, o governo fala em 62 anos para mulheres e 65 anos para os homens. A questão é saber por que não foi aplicado a determinadas categorias. Por que não foi aplicado para as trabalhadoras rurais, para as professoras, para as policiais? É isso que ninguém está entendendo. A diferenciação foi feita, mas não foi extensiva a determinadas categorias. Essa questão precisa ser explicada”, sublinhou.

O debate, na visão do parlamentar, ajudou a evidenciar os equívocos da proposta e as informações distorcidas propagadas pelo governo. “A Denise (Lobato Gentil, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro), derrubou uma fake news contada pelo governo: a de que a patroa vai se aposentar junto com a empregada. Ela derrubou isso categoricamente, quando trouxe os dados que mostram que a patroa vai se aposentar aos 62 anos, mas a empregada, se tiver sorte, só aos 74 anos”, acrescentou.

O governo federal para aprovar a reforma tem usado o discurso do combate de privilégios. Bira enfatizou que trabalhadoras rurais, empregadas domésticas, donas de casa, costureiras, marisqueiras, recepcionistas, s professoras, enfermeiras, policiais jamais podem consideradas as privilegiadas a serem combatidas com regras mais duras para se aposentarem.

“Não são privilegiadas, e são essas elas que estão perdendo. Mas eu digo a vocês, vão ter que se ver com elas. Esse governo vai ter que prestar conta com elas, e lembro aqui a poesia de Elisa Lucinda “Moço, cuidado com ela! Há que se ter cautela com esta gente que menstrua...”. Essa palavra eu espero que o governo leve como reflexão e mude o pensamento em relação a questão das mulheres nessa Reforma da Previdência”, concluiu.

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