Conselheiros tutelares destacam aumento dos casos de violência contra crianças e adolescentes




Em 2018 o site G1 divulgou um Raio-X da violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil nos período de  2011 à 2017, segundo o boletim epidemiológico realizado pelo Ministério da Saúde no  período, foram notificados 184.524 casos de violência sexual, sendo 58.037 (31,5%) contra crianças e 83.068 (45,0%) contra adolescentes.

Ainda de acordo com o estudo o Brasil teve um aumento de 83% nas notificações gerais de violências sexuais contra crianças e adolescentes um fator positivo. Mas muito ainda precisa ser feito para coibir a violência e o abuso contra as nossas crianças e adolescente. Essa semana durante o programa apresentado pela jornalista Rose Castro e a professora Rosana Bordalo, na Rádio
Bacanga FM, aconteceu uma roda de conversa sobre o tema, "Aumento da Violência Contra Crianças e Adolescentes", para o debate foram convidados conselheiros tutelares de várias regiões da grande Ilha, os profissionais destacaram o aumento da violência contra crianças e adolescente e a falta de educação como fator principal.

Ainda de acordo com os conselheiros a maioria das ocorrências, tanto contra crianças quanto contra adolescentes, ocorre dentro de casa e os agressores são pessoas do convívio familiar das vítimas.

Outro problema exposto foi a estrutura familiar insuficiente ou inexistente, fato, que proporciona para as vítimas ambientes propícios ao abuso e a violência. Segundo a opinião geral dos convidados ao debate, é necessário que haja mais divulgação da importância desses equipamentos públicos de apoio às famílias e vítimas, como campanhas educativas no sentido de desmistificar o trabalho dos conselheiros que muitas vezes são confundidos com delatores na comunidade ou alguém que vai tirar a criança ou adolescente do convívio da família. Um fator negativo que dificulta o desenvolvimento do trabalho do Conselho Tutelar nas comunidades.
De acordo com o presidente Municipal do Conselho da Criança e Adolescente (CMDCA), Marcos Japi, a demanda é crescente, e a pouca estrutura compromete o desenvolvimento dos trabalhos, "O grande desafio para as famílias e para os conselhos é que muitas vezes devido a pouca estrutura o conjunto de órgão que compõem a rede não consegue atender toda a demanda e atrelado a isso, falta sempre alguma coisa, as vezes um  órgão funciona outro não funciona, sempre falta algo, são situações que acabam prejudicando quem precisa do atendimento"

Marcos Japi ainda citou como exemplo a falta de construção de novas escolas fato, que segundo o presidente, gera um inchaço na demanda dos serviços e os conselhos, ficam "de mãos atadas", concluiu.

Luziano Campos, conselheiro da região Itaqui-Bacanga, destacou que a região é uma com maior demanda devido a grande densidade populacional, o período de matriculas é de grande expectativa para os pais, que querem garantir as vaga de seus filhos, "Muitos pais estão tendo o direito do seu filho violado quando o aspecto da educação não corresponde com a oferta necessária para atender os dez conselhos tutelares de São Luis", pontuou.

Em relação a oferta de vagas escolares o conselheiro, Valberdan Assunção, da região Anil/Bequimão, destacou o grande número de alunos por salas de aulas, "Outra dificuldade é a questão de turmas que ultrapassam o limite explicito na LDB, temos turmas até com trinta e cinco alunos", lamentou.

A LDB é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (Lei nº 9394/96) é a legislação que regulamenta o sistema educacional público ou privado no país. 

"Em relação a região Anil/Bequimão, temos muita satisfação de ver o programa Escola Digna, mas lamento o fechamento de dezesseis turmas para jovens e adultos na Escola Sintra, recentemente reformada e que atende cerca de seis mil alunos, por exemplo", pontuou.

De acordo com o conselheiro trata-se de pais e mães que ficam desamparados, fato, que reflete na educação dos filhos.

Já o conselheiro José Alves da região Anil/Bequimão fez um apelo aos gestores e autoridades.
"Peço que nos deem a condição de desenvolver o nosso trabalho dentro da comunidade, para que o conselheiro tenha o devido respeito na sua profissão", desabafou.

Joanderson Serra, da região do Coroadinho, destacou que na área "O número é grande de violência e de abandono de incapaz, temos cerca de 350 mil habitantes no Coroadinho e região, e a gente percebe que o problema de falta de vagas em escolas públicas é bem recorrente em todas as regiões. Então, o que nos cabe a gente faz, mas aí a gente percebe que a pior violação é a falta de educação", destacou.

Em vista dos depoimentos conclui-se que para mudar esse cenário será preciso um esforço conjunto, entre, poder público, famílias, escolas, igrejas etc, no sentido de estruturação das famílias das  vítimas, e consequentemente das crianças e adolescente. Com a palavra as autoridades e a gestão municipal.

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