BOLSONARO PREPARA LIQUIDAÇÃO DOS BANCOS PÚBLICOS




A posse dos novos presidentes do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do BNDES nesta segunda deixou patente que o governo Bolsonaro pretende liquidar com os bancos públicos nos próximos anos e entregar algumas das áreas mais lucrativas das instituições na bacia das almas para o setor privado; o mais explícito no projeto de liquidação foi o novo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, dono do Banco Plural: ele quer vender alguns dos ativos mais valiosos do banco e que "o mercado" (os bancos) defina o valor.


247 - A posse dos novos presidentes do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do BNDES na segunda (7) deixou patente que o governo Bolsonaro pretende liquidar com os bancos públicos nos próximos anos e entregar algumas das áreas mais lucrativas das instituições na bacia das almas para o setor privado. O mais explícito no projeto de liquidação foi o novo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, dono do Banco Plural: ele quer vender alguns dos ativos mais valiosos do banco e que "o mercado" (os bancos) defina o valor.

Em entrevista ao Valor Econômico, Guimarães revelou que irá privatizar as áreas de seguros, cartões, "assets" e loterias e que o sistema financeiro privado definirá por quanto: "Prefiro não colocar um valor, o mercado é que vai dizer quanto vale".

Os presidentes dos três bancos têm um perfil sob medida para aplicação de planos similares aos executados desde o golpe de 2015-2016 na Pretrobrás, de fatiamento e entrega da empresa a grandes grupos econômicos a preços de banana. Rubem Novaes (Banco do Brasil), é íntimo de Paulo Guedes e, como ele, formado pela ultraliberal Escola de Chicago; Pedro Guimarães (Caixa Econômica Federal) é banqueiro e Joaquim Levy (BNDES) foi durante anos alto executivo do Bradesco até ser nomeado por Dilma Roussef ministro da Fazenda, em 2015, e aplicar um programa econômico neoliberal que deu fôlego ao processo de desestabilização da então presidente.

Novaes já anunciou que o Banco do Brasil sob sua gestão liquidará áreas que "não guardam sinergias com suas atividades principais", mas que manterá as "joias da coroa" (aqui). Ele não revelou quais serão as áreas privatizadas nem as preservadas.

No BNDES, a missão de Levy parece ser a do encerramento das atividades do banco. A instituição tem sido um alvo privilegiado dos ataques de Bolsonaro. O banco está em franca decadência desde o golpe de 2015-16. Em 2018, o volume de recursos emprestados pelo BNDES retornaram ao nível registrado em 1999, quando os desembolsos somaram R$ 70,4 bilhões. O ano em que o BNDES mais promoveu desembolsos foi o de 2010, último ano da gestão do então presidente Lula, quando foram emprestados R$ 275,6 bilhões. Paulo Guedes já anunciou que pretende sangrar os recursos do banco em mais R$ 200 bilhões (aqui). Desde o golpe, o banco está deixando de ser um elemento de impulsionamento do desenvolvimento nacional e caminha para um fim melancólico.

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