Bolsonaro e o governo da 'discórdia'



Que foi uma eleição como nunca se viu antes no campo das ofensas nas redes sociais, já sabemos, que uma nuvem negra pairou sobre país e os brasileiros foram tomados pelo ódio, e pela intolerância ,a começar pela incitação à violência por Bolsonaro, da qual o próprio candidato foi vítima todos assistimos.

Houve protestos e brigas nas ruas, nas redes, entre familiares e até notícias mortes. Uma enxurrada de notícias falsas e falsas declarações, um prenúncio de que algo fora do contexto político do qual estávamos acostumados a assistir em eleições anteriores estava acontecendo. Os conflitos causados pelas declarações de Bolsonaro, disseminaram a discórdia por todo o país, que não se diluiu com a vitória do candidato, muito pelo contrário, as brigas e divergências nas redes e a barbárie fora delas afloraram e continuam a cada atitude intempestiva.

Na composição do novo governo da 'discórdia', a disputa por cargos e ministérios também tem causado mais desavenças, o que demonstra a falta de preparo, o grupo que venceu as eleições não sabe o que fazer. Falta planejamento, a equipe formada até agora, não tem um discurso alinhado, nem mesmo tem definição de quem deve falar e o que falar e os brasileiros permanecem no vácuo, afinal não tiveram a oportunidade de saber o que de fato, tem em mente para o país o presidente eleito sem participação nos debates eleitorais.

Completamente deslocado e mal assessorado Bolsonaro, desconhece muito das relações internacionais do país, ainda nem assumiu a cadeira de presidente e já causa 'discórdias' em vários cenários. Disse que vai mudar a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, só que esquece que Jerusalém está no centro de uma histórica e sangrenta disputa entre judeus e palestinos, certamente tal atitude provocaria uma retaliação dos países árabes, principais importadores da carne brasileira, no mínimo.

Provocou a saída dos médicos cubanos comprometendo o programa Mais Médicos. O ódio pelo PT foi tamanho que não o deixou esperar, não levou em consideração o grave problema da saúde de milhares de brasileiros, um pouco de humanidade o faria resolver o "problema" sem traumas e de forma gradativa. Mas optou por declarações "depreciativas e ameaçadoras", que surgiram como uma resposta imediata ao ódio disseminado durante a campanha aos seus eleitores, situação que pelo jeito vai durar enquanto o grupo estiver no poder.

Também fez declarações perigosas contra a China, durante uma entrevista à Rede Bandeirantes, declarou que "nem a China ou qualquer outro país poderá comprar o Brasil", reacionário ou irresponsável, o presidente eleito parece desconhecer a importância econômica que tem o país asiático para o Brasil. A China é o maior parceiro internacional para importação e exportação e também o maior investidor estrangeiro, mas parece que a assessoria do presidente não sabe ou não lhe orientou sobre os danos que suas declarações irresponsáveis podem causar para a economia brasileira.

Um futuro governo que não se entende e que expõe alguns rachas logo na sua composição. A desistência do general Oswaldo Ferreira de ocupar o ministério de Infraestrutura, por exemplo, não deixa dúvidas de que a briga pelo poder vai longe. Um dos braços direito de Bolsonaro, durante a campanha o general achou que seria nomeado como ministro, esperava o cumprimento da promessa de campanha de que ficaria com o Ministério da Infraestrutura, mas não foi nomeado e acabou desistindo do cargo "por problemas pessoais", disse. 

Outro imbróglio é a relação entre Paulo Guedes ministro da Economia e Onix Lorenzoni Casa Civil, dizem que um "mal" fala com o outro..."Vejo com um pouco de preocupação a bateção de cabeça entre Paulo Guedes e Lorenzoni", afirmou à Folha o renomado ex-ministro do governo Fernando Henrique Cardoso, Clovis Carvalho. 

O fato é que, com a falta de objetividade da equipe do novo governo, as criticas começam a aparecer e há cada dia fica mais claro que o edil, e seus comandados, parecem que no fundo, no fundo, não esperavam a vitória, dão a entender que lançaram a candidatura sem uma equipe de governo em mente, duvido que muitos dos escolhidos nem mesmo estiveram ali, na lubuta pela eleição!

Acontece que o ódio pelo PT fez o eleitorado jogar o cargo de presidente no colo de Bolsonaro, e agora sem saber exato o que fazer, ele escolhe algumas pessoas por tabela, ou pelos critérios da 'fama ou má fama', à exemplo do futuro ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro; do indicado por Paulo Guedes, Roberto Castello Branco, para a Petrobras, ou Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, autor do artigo, "Trump e o Ocidente", no qual ele se levanta contra o "marxismo global" e exalta o nacionalismo" de forma exacerbada.

Isolamento internacional, retaliações com consequentes prejuízos para a economia do país, é o que poderá vir pela frente, caso alguém não faça o inábil presidente entender, que, em nome da governabilidade, é bom que ele cale-se, ou ao menos adote um tom mais moderado, como o fez em alguns momentos de sua campanha e assim conseguiu convencer boa parcela dos eleitores brasileiros de que seria a melhor opção para governar o Brasil.

















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