Haddad considera dianteira em São Paulo sinal de virada no Sudeste


Em entrevista no Recife, o candidato à Presidência Fernando Haddad (PT) disse que o resultado da última pesquisa Ibope em São Paulo mostra que o cenário da disputa eleitoral se inverteu a seu favor. “A virada já começou no Sudeste, pela cidade de São Paulo. É um sinal de que o Sudeste vai mudar de tendência e, com a maioria que temos no Nordeste, pode possibilitar nossa vitória”. Levantamento divulgado nesta quarta (24) mostra o petista com 51% dos votos, contra 49% de Jair Bolsonaro.

“A população está na rua esclarecendo quem é o Bolsonaro, o que ele fala, o que pensa. Ele só fala absurdos contra o povo, sobre mulheres, negros, nordestinos. Espero que o povo se faça respeitar, derrotando Bolsonaro no domingo”, disse aos jornalistas.

Questionado sobre o apoio que tem recebido de figuras historicamente distantes do PT, caso do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) e do ex-presidente do PSDB, Alberto Goldman, Haddad afirmou que se trata de um posicionamento “patriota” diante dos riscos que representaria a eleição de Bolsonaro.

“O apoio de Jarbas, Marina [Silva] e Goldman dá a dimensão dos riscos que o Brasil está correndo. Porque se não fosse esse meu adversário, estaríamos fazendo a disputa em outro contexto. Essas pessoas, como patriotas que são, demonstram o risco que estamos correndo, porque conhecem a história e sabem o que representa Bolsonaro, um homem que saiu dos porões da ditadura militar. Um homem que defende a tortura”, afirmou.

Haddad ressaltou a repercussão internacional da candidatura de Bolsonaro. “Hoje, o Financial Times e a The Economist, insuspeitos de serem de esquerda, dizem que seria uma tragédia uma vitória de Bolsonaro e falam sobre o autoritarismo de Bolsonaro. Domingo, ele transmitiu um discurso dizendo que vai eliminar a oposição. Olha a cabeça dele, é uma coisa doentia”, criticou.

Sobre a possibilidade de ainda contar com o apoio efetivo do candidato derrotado no primeiro turno, Ciro Gomes (PDT), o candidato do PT disse que tem feito vários gestos no sentido de ter sua presença na campanha.

“Até minha mulher está com ciúme de Ciro já, de tanto aceno que faço para ele. Continuarei fazendo, porque ponho o Brasil acima de tudo, e tem que partir de mim esses gestos, para demonstrar que vamos fazer governo amplo, de unidade nacional, democrática, popular, que pensa o povo acima de tudo. Não tenho dificuldades com isso”, colocou.

O postulante disse ter falado nesta quarta com o presidente do PDT. “Falei que as pesquisas indicam uma virada, falei que eles podem compartilhar essa virada. Lembrei [Leonel] Brizola, que nunca regateou apoio, sempre esteve do lado certo. Com Ciro, fica mais fácil virar”, declarou.




Do Portal Vermelho

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