Mulheres contra Bolsonaro: Movimento #EleNão e #EleNunca cresce após grupo ser atacado nas redes sociais
O movimento de mulheres que faz oposição ao candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), com as hashtags #EleNão e #EleNunca, cresceu após grupo fechado no Facebook ser atacado nas redes sociais no último sábado (15). O grupo "Mulheres unidas contra Bolsonaro", que conta com mais de 1 milhão de integrantes, chegou a sair do ar no fim de semana mas, após movimentação nas redes sociais, ganhou até o apoio de famosos.
A onda contra o candidato considerado misógino, homofóbico e racista por suas declarações abusivas contra mulheres, gays, negros, índios e quilombolas, espalha-se rapidamente pelo Brasil e toma corpo no entre os famosos.
As tags têm sido usadas para evitar mencionar o nome do candidato e atrair ataques diretos. Com voto declarado em Ciro Gomes (PDT), o cantor Caetano Veloso usou o Twitter para se manifestar.
Ex-esposa de Ciro, a atriz Patríila Pillar compartilhou um texto contra o voto em Bolsonaro.
A atriz Deborah Secco também afirmou que não votar no candidato é uma questão de moralidade, em referência ao discurso de ódio.
A atriz Camila Pitanga também compartilhou as expressões de mobilização contra o deputado.
Outro apoio foi da atriz Bruna Linzmeyer, conhecida pelo ativismo contra a LGBTfobia.
A mobilização também ultrapassou as redes sociais. Há atos contra o candidato marcados em 20 estados, incluindo as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Porto Alegre. A manifestação marcada para 29 de setembro no Largo da Batata, na capital paulista, conta com 61 mil confirmações e 203 mil interessados.
A ofensiva de Bolsonaro
Criado em 30 de agosto, o grupo Mulheres contar Bolsonaro é parte da mobilização de brasileiras contra o deputado federal conhecido pelo posicionamento machista e homofóbico. O parlamentar é réu em um processo no STF (Supremo Tribunal Federal) por injúria e incitação ao estupro após dizer que a deputadoa Maria do Rosário (PT-RS) "não merecia ser estuprada".
O candidato também já defendeu que as mulheres não devem receber o mesmo salário que os homens, mesmo que exerçam a mesma função. Ele também demonstrou menosprezo ao se refereir à própria filha. "Eu tenho 5 filhos. Foram 4 homens, a 5ª eu dei uma fraquejada e veio uma mulher", afirmou em 2017.
O grupo foi reativado na tarde deste domingo (16) após ser hackeado e ter o nome trocado para "Mulheres com Bolsonaro", o que havia levado algumas pessoas a saírem. Aliados do candidato disseminaram informações falsas sobre a iniciativa.
Filho do presidenciável e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) publicou que "uma página qualquer do Facebook tinha 1 milhão de seguidores quando foi vendida para a esquerda. Então, sem qualquer vergonha, eles mudaram o nome dela para 'Mulheres Unidas Contra Bolsonaro'".
A versão foi desmentida pelo Facebook. A empresa confirmou a data de criação do grupo e que ele não teve o nome alterado até ser hackeado.
Rejeição alta entre mulheres
As mulheres brasileiras somam cerca de 53% de população brasileira. De acordo com as pesquisas de intenção de voto mais recentes, Bolsonaro aumentou a preferência entre mulheres, mas continua sendo o candidato mais rejeitado pelo grupo. De 22 de agosto a 14 de setembro, a intenção de voto das mulheres em Bolsonaro cresceu de 14% para 18%, segundo o Datafolha.
Segundo a sondagem publicada na última sexta-feira (14), ele tem 24% da preferência na população em geral, mas o indicador cai para 17% entre o eleitorado feminino. Já a rejeição no grupo é de 49% contra 43% entre os brasileiros em geral.
As mulheres representam cerca de 52,5% do eleitorado brasileiro e o posicionamento do deputado tem sido explorada por adversários. Tanto Marina Silva (Rede) quanto Geraldo Alckmin (PSDB) têm centrado as campanhas em mostrar frases e atitudes machistas do candidato do PSL.
O parlamentar prepara uma resposta. O plano é divugar vídeos para desfazer essa imagem, uma vez que ele está internado desde 6 de semtebro após ter sido atacado com uma faca. De acordo com o boletim médico divulgado na manhã desta segunda-feira (17), Bolsonaro permanece internado em condições estáveis na unidade de tratamento semi-intensiva do Hospital Israelita Albert Heinsten, em São Paulo.
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