Haddad e Manuela simbolizam avanços que trabalhador viveu com Lula

Fernando Haddad, candidato à Presidência, e Manuela d’Ávila, candidata a vice, formam a coligação “O Povo Feliz de Novo”
Dirigentes sindicais ouvidos pelo Portal Vermelho nesta quarta-feira (12) veem nas eleições de outubro a chance de uma virada na crise econômica e social que atinge o trabalhador brasileiro. A confirmação nesta terça-feira (11) da chapa Haddad e Manuela d’Ávila à Presidência representa a retomada das conquistas que os trabalhadores obtiveram nos governos de Lula e Dilma Rousseff, afirmam sindicalistas.

Por Railídia Carvalho


“Alckmin, Bolsonaro, Henrique Meirelles, Amoêdo e Álvaro Dias são os candidatos para massacrar os trabalhadores. O golpe não foi dado contra a Dilma. Foi dado para implementar uma agenda neoliberal no país que jamais poderia ser feita através do processo eleitoral. Agora tentam legitimar essa agenda nas urnas”, declarou ao Portal Vermelho Emanoel Souza, secretário-geral da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe (Feebase).

Salários rebaixados, condições precárias de trabalho, 13 milhões de desempregados, terceirização sem limites, reforma trabalhista que desfigurou a proteção dos trabalhadores. Essa é uma pequena parte do saldo negativo de dois anos do governo de Michel Temer.

“O retrocesso se apoia nesta eleição no discurso fascista de extrema-direita sem apresentar projeto econômico, combinada à velha receita neoliberal dos tucanos”, emendou Emanoel. Na opinião dele, Haddad e Manuela são um contraponto a esse conjunto de candidaturas que representam, ainda que busquem se distanciar, a continuidade do governo de Michel Temer.

Valeir Ertle, dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), lembrou que à época dos governos de Lula e Dilma Rousseff havia um canal de diálogo com os trabalhadores através das entidades sindicais.

“Havia um compromisso do governo Lula com as centrais sindicais que se materializou na retirada de projeto de lei que defendia o negociado sobre o legislado até a consolidação das políticas de emprego. Até o primeiro mandato de Dilma registramos um cenário de pleno emprego”, lembrou Valeir.

Ele enfatizou que o impedimento de Lula ser candidato é a sequência do golpe de 2016 que levou Michel Temer à Presidência da República. “Eleger Haddad e Manuela é uma forma do povo dar o troco e iniciar um processo de recuperação das conquistas que se consolidaram à época em que os governos populares governavam.”

Emanoel também endossou o reconhecimento das centrais pelos governos de Lula e Dilma como fato marcante naquelas gestões. “Através da interlocução com as centrais o governo conseguiu estabelecer uma política de elevação do salário mínimo, o reconhecimento dos trabalhadores domésticos. Nós, bancários, tivemos aumento real sucessivo, expansão da mão de obra e fortalecimento da capacidade de negociação.”

O jornalista e consultor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de Queiroz, o Toninho, afirmou que “no governo anterior o conteúdo era de inclusão e havia diálogo e no governo atual o conteúdo é de exclusão e não há diálogo”.

“O governo Temer desagradou a todo mundo. Não houve interlocução saudável e respeitosa com nenhuma entidade do movimento sindical.” Em julho de 2016, dois meses antes de Michel Temer ser empossado definitivamente, as seis principais centrais sindicais brasileiras realizaram uma Assembleia Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras pelo Emprego condenando a reforma trabalhista de Temer e apresentando alternativas às medidas apresentadas pelo governo recém-empossado.

Toninho finalizou destacando o incremento que o salário mínimo teve no governo Lula, atingindo o maior patamar em 40 anos. “Foi criada uma lei para assegurar a valorização do salário mínimo que vence agora em 2019. O próximo governo é que vai renovar. Se não for eleita a chapa Haddad e Manuela essa política vai deixar de existir. E esse é um dado muito relevante para essas eleições.”


Portal Vermelho

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