Bem-humorado, Lula depõe a Bretas em 1ª aparição pública desde prisão
O ex-presidente negou conhecimento do esquema de compra de votos para a escolha do Rio como sede dos Jogos de 2016
O ex-presidente brincou com Bretas e outros presentes em diversas oportunidades
Na primeira aparição pública desde sua prisão em Curitiba, o ex-presidente Lula prestou depoimento ao juiz federal Marcelo Bretas por videoconferência como testemunha de defesa de Sérgio Cabral. O ex-governador, também preso, é investigado por pagamento de propina a integrantes do Comitê Olímpico Internacional para a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos de 2016.
Bem-humorado e com a gravata que usou no dia da escolha do Rio pelo COI, Lula afirmou não ter conhecimento de qualquer caso de corrupção para a escolha da sede e ressaltou sua atuação para convencer chefes de Estado e delegados estrangeiros da viabilidade da candidatura brasileira. “O Brasil tem chance de conquistar coisas que os outros países nao tem. É só não se apequenar”, declarou.
Lula disse lamentar que a denúncia de corrupção tenha surgido oito anos depois da escolha do Rio como sede. “Não sei quem fez a denúncia, não quero saber. Não conheço. Como estavamos vivendo num momento de denuncismo, em que muita gente…”, disse, antes de ser interrompido pelo juiz federal Marcelo Bretas.
Em um momento bem-humorado, Sérgio Cabral lembrou Lula que ele chegou a falar com a apresentadora norte-americana Oprah Winfrey sobre a candidatura do Rio. Ele disse não se lembrar. “Quando é mulher assim eu não olho, só olhava para os homens porque eu queria ganhar voto.” Até Cabral riu da declaração do ex-presidente.
Lula relatou que conversou com um chefe da delegação italiana antes da votação. O representante do país europeu argumentava, segundo o petista, que o Brasil era um país violento para a realização dos Jogos Olímpicos. “Eu dei um murro na mesa e disse: se tem uma delegação que tem a obrigação moral de votar no Brasil é a italiana, são 30 milhões de italianos no Brasil. Quando vencemos, ele foi o primeiro a correr para me abraçar.”
Lula disse que a apresentação do Brasil na disputa foi “simplesmente maravilhosa”. “Hoje é fácil falar mal”, disse, antes de alfinetar. “A Globo poderia mostrar, já que estou prestando depoimento hoje, o que é que foi a conquista do Brasil nas Olimpíadas”
O ex-presidente disse que se reuniu com chefes de estado para pedir votos, mas não negociou qualquer contrapartida com outros países. Ele recebia os chefes de estado, segundo ele, em um quarto reservado para esse tipo de encontro, e não em um aposento pessoal. “Eu estava num quarto de hotel que a água saía pela porta, eu tinha que impedir ela de vazar para o resto do hotel”, brincou.
No fim do depoimento, Bretas perguntou a Lula se conhecia o relato de uma testemunha de que a campanha da Rio 2016 serviria de “trampolim” para Cabral concorrer à presidência. “Posso saber quem foi?”, questionou Lula. Após tomar conhecimento do nome de Eric Maleson, o ex-presidente disse nunca ter ouvido falar da testemunha e brincou mais uma vez. “Nunca ouvi falar, vou procurar no dicionário para ver se existe essa pessoa”.
Ao fim, Bretas procurou ser cortês com o ex-presidente. Ele afirmou que o petista é “uma pessoa importante para o Brasil” e relatou ter participado, aos 17 ou 18 anos, de um comício do petista. “Vivemos um período diferente. Estava lá usando boné e camiseta com seu nome”. “Pode voltar agora”, disse Lula, para risos gerais. “Quando fizer um comício agora, vou chamar o senhor para participar”.
O ex-presidente negou conhecimento do esquema de compra de votos para a escolha do Rio como sede dos Jogos de 2016
O ex-presidente brincou com Bretas e outros presentes em diversas oportunidadesNa primeira aparição pública desde sua prisão em Curitiba, o ex-presidente Lula prestou depoimento ao juiz federal Marcelo Bretas por videoconferência como testemunha de defesa de Sérgio Cabral. O ex-governador, também preso, é investigado por pagamento de propina a integrantes do Comitê Olímpico Internacional para a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos de 2016.
Bem-humorado e com a gravata que usou no dia da escolha do Rio pelo COI, Lula afirmou não ter conhecimento de qualquer caso de corrupção para a escolha da sede e ressaltou sua atuação para convencer chefes de Estado e delegados estrangeiros da viabilidade da candidatura brasileira. “O Brasil tem chance de conquistar coisas que os outros países nao tem. É só não se apequenar”, declarou.
Lula disse lamentar que a denúncia de corrupção tenha surgido oito anos depois da escolha do Rio como sede. “Não sei quem fez a denúncia, não quero saber. Não conheço. Como estavamos vivendo num momento de denuncismo, em que muita gente…”, disse, antes de ser interrompido pelo juiz federal Marcelo Bretas.
Em um momento bem-humorado, Sérgio Cabral lembrou Lula que ele chegou a falar com a apresentadora norte-americana Oprah Winfrey sobre a candidatura do Rio. Ele disse não se lembrar. “Quando é mulher assim eu não olho, só olhava para os homens porque eu queria ganhar voto.” Até Cabral riu da declaração do ex-presidente.
Lula relatou que conversou com um chefe da delegação italiana antes da votação. O representante do país europeu argumentava, segundo o petista, que o Brasil era um país violento para a realização dos Jogos Olímpicos. “Eu dei um murro na mesa e disse: se tem uma delegação que tem a obrigação moral de votar no Brasil é a italiana, são 30 milhões de italianos no Brasil. Quando vencemos, ele foi o primeiro a correr para me abraçar.”
Lula disse que a apresentação do Brasil na disputa foi “simplesmente maravilhosa”. “Hoje é fácil falar mal”, disse, antes de alfinetar. “A Globo poderia mostrar, já que estou prestando depoimento hoje, o que é que foi a conquista do Brasil nas Olimpíadas”
O ex-presidente disse que se reuniu com chefes de estado para pedir votos, mas não negociou qualquer contrapartida com outros países. Ele recebia os chefes de estado, segundo ele, em um quarto reservado para esse tipo de encontro, e não em um aposento pessoal. “Eu estava num quarto de hotel que a água saía pela porta, eu tinha que impedir ela de vazar para o resto do hotel”, brincou.
No fim do depoimento, Bretas perguntou a Lula se conhecia o relato de uma testemunha de que a campanha da Rio 2016 serviria de “trampolim” para Cabral concorrer à presidência. “Posso saber quem foi?”, questionou Lula. Após tomar conhecimento do nome de Eric Maleson, o ex-presidente disse nunca ter ouvido falar da testemunha e brincou mais uma vez. “Nunca ouvi falar, vou procurar no dicionário para ver se existe essa pessoa”.
Ao fim, Bretas procurou ser cortês com o ex-presidente. Ele afirmou que o petista é “uma pessoa importante para o Brasil” e relatou ter participado, aos 17 ou 18 anos, de um comício do petista. “Vivemos um período diferente. Estava lá usando boné e camiseta com seu nome”. “Pode voltar agora”, disse Lula, para risos gerais. “Quando fizer um comício agora, vou chamar o senhor para participar”.
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