
"Em uma democracia em colapso, como a do Brasil, o recurso às Forças Armadas para preencher o vazio do poder do governo civil é um convite à extensão de seu domínio em outras esferas ou, ainda, um convite à constituição de um monstruoso poder civil-militar que parece agora pairar sobre a sociedade brasileira. (...) Isso expressa a nova permeabilidade do poder civil à presença militar, como se o Brasil estive dando paulatinamente forma a um regime híbrido no qual a força militar aparecerá como uma espécie de poder moderador a ser sempre consultado e sempre pronto a entrar em operação para colmatar a falência da gestão social brasileira", escreve Vladimir Safatle
Em sua coluna nesta sexta, Vladimir Safatle chama a atenção para os perigos mais profundos representados pela intervenção militar no Rio.
Confira abaixo alguns trechos:
"Em uma democracia em colapso, como a do Brasil, o recurso às Forças Armadas para preencher o vazio do poder do governo civil é um convite à extensão de seu domínio em outras esferas ou, ainda, um convite à constituição de um monstruoso poder civil-militar que parece agora pairar sobre a sociedade brasileira.
Pois há de se notar o novo protagonismo das Forças Armadas no atual cenário político nacional. Dificilmente passa uma semana sem que a população brasileira veja, nos meios de comunicação, declarações de militares de alta patente a respeito da política nacional ou das ações militares.
Isso expressa a nova permeabilidade do poder civil à presença militar, como se o Brasil estive dando paulatinamente forma a um regime híbrido no qual a força militar aparecerá como uma espécie de poder moderador a ser sempre consultado e sempre pronto a entrar em operação para colmatar a falência da gestão social brasileira.
Nesse horizonte, a tendência é que o poder militar se transforme em uma espécie de Estado dentro do Estado, já que o governo civil não tem mais força alguma para impor sua ordem."
Fonte: 247
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