Cantador e Poeta, João Costa Reis, "o João Chiador" |
Por Rose Castro
Poesia para João Chiador
João foi menino nascido no inteiror do Maranhão
Chiou ao nacer menino o João chorou
Tenor?
Nasceu o sabiá?
Govergeavam as aves
Auxilio ao menino chorão
Brilho, brilhou, batalhas, batalhão
De ouro medalhão, de prata de bronze e por quê não?
Diamante, afinal 78 anos de história nem tanto narrada
Um canto chamado João,
Brincou no chão de terra, rasta pandeiro no terreiro, menino
Como homem, artista e poeta
Fazendo-se compreender o incompreensível
A força da mulher, mátria cultura, madrasta cultura?
No peito um chiado de esperança
Fé ignorância, inocência, canto...
Descaso, abandono, desdém "boi de lágrimas", João
João, tristonho no olhar distante, silêncio
Farsa, farsantes, abutres, poderosos,
Engravatados, poder, poderosos
Descaso, abandono, pouco caso de João
Foi no carro dos bombeiros, migué?
João se foi aplaudido, chorado, gemido, chora o onça
Chora menina mulher, filha, fruto
Mátria, flor, semente semeada
Tanto falaram nada fizeram, nada contribuíram?
Sim, contribuição
Coroa de flores em cima do caixão de João
Sem eira nem beira
Nenhum tostão no bolso se foi mais um
Medalhão de ouro, maracá de prata, João
Na Beira-mar as gaivotas cantavam, chiavam a dor
No poste como a vigiar, um sábio sábia com peito imponente
Grasnava o destino de João
Ele que tanto cantou a cidade dos azulejos
Se despedia em pleno cais da Praia Grande
Casa do Maranhão? Casa da Cultura, dos boieiros?
Expuseram João num lugar que lhe era estranho...
Ao menos deu meia volta à beira-mar
Despedida ali no cais de frente pra Baía de São Marcos
Cantador, Poeta, lá se foi João
Foi para o seu verdadeiro viveiro
São José de Ribamar
Nossa Senhroa Aparecida de tão negra profecia
Tantas vezes o livrou
Urrou o boi no terreiro, fez poeira no viveiro pra receber João
Dormindo? dodói? descanso eterno
Longa vida de luxo, lantejoulas, medalhões, foi Rei
Da França Equinocial, Atenas maranhense
Cidade dos Azulejos
Terra das palmeiras, no dia que o sabiá calou-se estático no poste
Ao ver passar João
Terra da cultura popular?
Pra quem ouve falar,
Colarinho branco tú não valoriza teus poetas!
Usa e abusa e depois abandona à Deus dará
Por quê choras João? Quem morreu foi tú,
Sem o devido reconhecimento,
Quando eles vão entender que essa cultura teima, teima em viver!
Não, João não quer coroas de flores
Quer respeito, dignidade siô!
Cidade dos Azulejos porque perguntas por João?
Devorado pela "Serpente", não foi, mas, engolido, tragado, e depois cuspido
Cumpriu se a negra profecia, que tanto arrepiou João
Preparado por dois anjos foi...
Cumpriu sua parte, tinha ele nome de Chiador
O agudo ao final da voz era de estralar os ouvidos!
Bem vindo João, disse o Guriatã
Apolônio Melônio, disse chegou Chiador
Donato Alves foi logo pegando seu tamborim
Verso bom, Terezinha Jansen começo a versar
Concita Castro quis logo anunciar
Acabei de chegar mas ainda estou com a memória bem sentada
Vamos fazer a trupiada?
Diamante, afinal 78 anos de história nem tanto narrada
Um canto chamado João,
Brincou no chão de terra, rasta pandeiro no terreiro, menino
Como homem, artista e poeta
Fazendo-se compreender o incompreensível
A força da mulher, mátria cultura, madrasta cultura?
No peito um chiado de esperança
Fé ignorância, inocência, canto...
Descaso, abandono, desdém "boi de lágrimas", João
João, tristonho no olhar distante, silêncio
Farsa, farsantes, abutres, poderosos,
Engravatados, poder, poderosos
Descaso, abandono, pouco caso de João
Foi no carro dos bombeiros, migué?
João se foi aplaudido, chorado, gemido, chora o onça
Chora menina mulher, filha, fruto
Mátria, flor, semente semeada
Tanto falaram nada fizeram, nada contribuíram?
Sim, contribuição
Coroa de flores em cima do caixão de João
Sem eira nem beira
Nenhum tostão no bolso se foi mais um
Medalhão de ouro, maracá de prata, João
Na Beira-mar as gaivotas cantavam, chiavam a dor
No poste como a vigiar, um sábio sábia com peito imponente
Grasnava o destino de João
Ele que tanto cantou a cidade dos azulejos
Se despedia em pleno cais da Praia Grande
Casa do Maranhão? Casa da Cultura, dos boieiros?
Expuseram João num lugar que lhe era estranho...
Ao menos deu meia volta à beira-mar
Despedida ali no cais de frente pra Baía de São Marcos
Cantador, Poeta, lá se foi João
Foi para o seu verdadeiro viveiro
São José de Ribamar
Nossa Senhroa Aparecida de tão negra profecia
Tantas vezes o livrou
Urrou o boi no terreiro, fez poeira no viveiro pra receber João
Dormindo? dodói? descanso eterno
Longa vida de luxo, lantejoulas, medalhões, foi Rei
Da França Equinocial, Atenas maranhense
Cidade dos Azulejos
Terra das palmeiras, no dia que o sabiá calou-se estático no poste
Ao ver passar João
Terra da cultura popular?
Pra quem ouve falar,
Colarinho branco tú não valoriza teus poetas!
Usa e abusa e depois abandona à Deus dará
Por quê choras João? Quem morreu foi tú,
Sem o devido reconhecimento,
Quando eles vão entender que essa cultura teima, teima em viver!
Não, João não quer coroas de flores
Quer respeito, dignidade siô!
Cidade dos Azulejos porque perguntas por João?
Devorado pela "Serpente", não foi, mas, engolido, tragado, e depois cuspido
Cumpriu se a negra profecia, que tanto arrepiou João
Preparado por dois anjos foi...
Cumpriu sua parte, tinha ele nome de Chiador
O agudo ao final da voz era de estralar os ouvidos!
Bem vindo João, disse o Guriatã
Apolônio Melônio, disse chegou Chiador
Donato Alves foi logo pegando seu tamborim
Verso bom, Terezinha Jansen começo a versar
Concita Castro quis logo anunciar
Acabei de chegar mas ainda estou com a memória bem sentada
Vamos fazer a trupiada?
Com o apito em punho foi logo dando o tom
Toada de saudade, amor, lua, sol?
Não, João foi logo chamando uma toada de pique
"Somos amigos e compadres, aqui não há competição, aqui todo mundo se abraça"
Disse João.
Rose Castro, em 7 de julho de 2017, dia em que enterraram João Chiador, carne apenas, mas seu legado vive para sempre!
Comentários
Postar um comentário
Diga o que você achou dessa matéria?