Para desespero da direita, Lula segue consolidado nas pesquisas



O DataPoder360 realizou nova pesquisa apontando um possível cenário eleitoral para 2018. A pesquisa indica que se a disputa presidencial fosse hoje e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não disputasse - como sonha a direita - o número de votos brancos, nulos e indecisos dispara.

Para desespero da direita e da mídia conservadora, Lula é o único que segue estável e consolidado na pesquisa e até avançou se comparar com resultado anterior - com 31% e 32% nos dois cenários testados em agosto (após a sentença do juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato em 1ª Instância) -, com relação ao resultado de julho, que Lula tinha 23% e 26%.

"Embora as variações fiquem próximas da margem de erro máxima da pesquisa, é nítido que Lula está com um eleitorado cristalizado na faixa que vai de 25% a 30%, quando se observam os percentuais obtidos pelo petista desde abril –mês em que o DataPoder360 começou a fazer seus levantamentos mensais", diz o instituto de pesquisas.

De acordo com os dados, nos cenários em que Lula é o pré-candidato, o percentual de votos brancos, nulos e indecisos varia de 33%, sendo que na pesquisa com Geraldo Alckmin e com João Doria disputando vai para 30%. Sem Lula, esse percentual vai para 45% com Alckmin e 44% com Doria.

Em recente entrevista ao Portal Vermelho, o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos salientou que, historicamente quando a população vai às urnas com uma perspectiva de mudança que atenda os seus anseios, o índice de votos brancos e nulos reduzem. Ao contrário do que se verifica quando o retorno esperado de uma eventual vitória de um campo que não é diferente do que está no poder, em que os índices de votos nulos, brancos ou abstenções sobem.

“Na eleição de 1998, a abstenção e o voto branco cresceram bastante em relação a 1994, porque em 1998 a expectativa de uma vitória de Fernando Henrique era elevada e não havia expectativa de mudança a partir dessa vitória. Então, votar contra não adiantava. Diferentemente de 2002, a participação eleitoral foi elevadíssima porque se esperava justamente contribuir para uma vitória em que a expectativa de mudança era elevada. Então, reduziu-se muito os votos brancos e nulos. Isso é histórico desde 1945”, explica o cientista político.

Na entrevista, Wanderley enfatizou que, dependendo das candidaturas de 2018, ou seja, da perspectiva de mudança da atual conjuntura, o nível de abstenção é maior.

"Se os únicos candidatos forem Bolsonaro e Doria eu apontaria uma taxa de abstenção, nulos e brancos superior ao verificado no ano de 1970, que foi o recorde no Brasil. Duvido que alguém vá sair de casa para decidir uma eleição nesses termos. Eu duvido”, analisou.

Direita sem candidato


Enquanto o percentual de Lula está na faixa dos 30%, o levantamento feito pelo DataPoder360 mostra que o deputado federal Jair Bolsonaro (RJ) - que sai do PSC para filiar-se ao PEN -, aparece com 18% e 25% quando Lula está entre os pré-candidatos. Se o petista sai da disputa, Bolsonaro fica estável com 25% a 27%, quando os adversários do PSDB são Doria e Alckmin, respectivamente.

No entanto, a disputa pelo segundo lugar fica embolada, todos dentro da margem de erro da pesquisa. O tucano Doria, que tenta projetar o seu nome nacionalmente com viagens pelo país, está numericamente à frente, com 12%. Depois, Ciro Gomes (PDT), com 9%. Marina Silva (Rede), marca 6% e, por fim, Fernando Haddad (PT), com 5%.

No outro cenário com Alckmin como candidato, Bolsonaro vai a 27%, enquanto o tucano registra 9%

"É importante notar que as pesquisas do DataPoder360 têm demonstrado que há 3 pré-candidatos aparentemente mais competitivos até agora, todos quase sempre pontuando numericamente acima de 10%: Lula (o líder disparado), Bolsonaro (o 2º colocado, em alta na evolução das pesquisas) e Doria (na faixa 1 pouco acima de 10%)", destaca o DataPoder360, enfatizando que todos os demais pré-candidatos ainda lutam para sair de uma espécie de lanterna embolada, na faixa de 5% –levemente acima ou abaixo desse patamar.


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