Mala com R$ 500 mil entregue a Loures está desaparecida


Deputado foi filmado em ação controlada da PF deixando uma pizzaria em São Paulo com o tal mala, que não tinha o chip rastreador.




Rocha Loures aparece citado pelo Michel Temer como seu homem de confiança


DA REDAÇÃO O TEMPO

A mala com os R$ 500 mil recebidos pelo deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) está desaparecida, segundo reportagem do site "Folha de S. Paulo" publicada na tarde desta segunda-feira (22).

O parlamentar, já afastado, foi filmado em ação controlada da Polícia Federal saindo de uma pizzaria de São Paulo, às pressas, puxando a mala e indo embora em um táxi. O dinheiro foi entregue a ele, nesse local, por Ricardo Saud, lobista e delator do frigorífico JBS.

A mala, que não tinha o chip rastreador, como a entregue a Frederico Pacheco, primo do senador Aécio Neves (PSDB), teria sido levada, de acordo com a investigação, para a casa do pai do deputado, em um primeiro momento.

Conforme o Ministério Público Federal, o pagamento era por uma ajuda prometida pelo deputado para defender os interesses da empresa no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Em uma conversa gravada, Joesley Batista, um dos donos da JBS, ofereceu propina em troca de que o parlamentar interviesse em uma disputa envolvendo preço de gás.

Ainda segundo a Folha e de acordo com a delação, havia promessa de que, se resolvido o imbróglio, Rocha Loures poderia receber semanalmente até R$ 1 milhão, dependendo do lucro.

Rocha Loures aparece citado pelo Michel Temer como seu homem de confiança e com quem Joesley poderia tratar "tudo".

O Ministério Público suspeita que o presidente tenha sido também um dos destinatários da propina.

No pedido de abertura de inquérito, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vê indícios de corrupção passiva, formação de quadrilha e obstrução de Justiça em práticas relacionadas a Temer.

Procurada desde a noite de quarta (17), a defesa de Rocha Loures ainda não se manifestou sobre as acusações.

Em entrevista à Folha publicada nesta segunda (22), Temer disse que mantinha com apenas "relação institucional" com o deputado, que foi seu assessor. "Eu o conheci como deputado, depois foi para o meu gabinete na Vice-Presidência, depois me acompanhou na Presidência, mas um homem de muito boa índole", afirmou.

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