A previsão de que as eleições municipais de 2016 seria um teste de integridade para como os candidatos iriam financiar suas campanhas vem se confirmando da pior forma possível, é como avalia o deputado federal e vice-líder do PCdoB na Câmara, Rubens Pereira Jr. Levantamento feito pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) identificou diversas irregularidades em doações eleitorais, totalizando cerca de R$ 226 milhões.
Entre os volumes expressivos doados e que estão sob investigação dos órgãos reguladores passam desde indícios de incapacidade econômica na doação à CPF’s de pessoas mortas que estavam sendo usados para doações. “É essa a mudança que queremos para nosso sistema político? Estamos na primeira campanha eleitoral após a proibição de que empresas doem a políticos. O sistema de ‘laranjal’ não pode prosperar e merece ser punido com rigor pelos órgãos fiscalizadores”, criticou Rubens Jr.
Apesar disso Rubens vê com entusiasmo o fortalecimento das instituições que descobriram as fraudes: “O que o TSE e TCU fizeram foi um cruzamento de dados públicos das doações. Ainda não foi o suficiente para barrar os espertinhos, mas já é um avanço no combate ao crime de caixa dois”, pontua. “Uma das saídas para extinguirmos essa prática nefasta é cada vez mais usarmos da tecnologia para cruzamentos de dados com um sistema único por exemplo”, comenta Rubens Jr.
O vice-líder lembra ainda que uma das propostas em debate na comissão que prevê as 10 medidas de combate à corrupção é exatamente o endurecimento do uso do caixa dois. O TSE repassou as informações coletadas ao Ministério Público Eleitoral (MPE) e aos juízes eleitorais. Caso as irregularidades se confirmem elas podem eventualmente levar à impugnação de candidaturas.
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