Cunha considera “normal” ação policial em busca de prova de corrupção

Brasília, Agência Brasil 

“Normal, natural”

“Normal, natural”. Foi como avaliou o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) , após ter dois celulares apreendidos nesta manhã, o de uso pessoal e o de uso parlamentar, na ação da Polícia Federal , na manhã desta terça-feira (15), que cumpriu mandado de busca e apreensão em suas residências em Brasília e Rio de janeiro e em seus escritórios. O objetivo é evitar que provas importantes sejam destruídas pelos investigados. 

O presidente da Câmara, que teve os dois celulares apreendidos, o de uso pessoal e o de uso parlamentar, achou "natural" a ação da Polícia Federal. O presidente da Câmara, que teve os dois celulares apreendidos, o de uso pessoal e o de uso parlamentar, achou "natural" a ação da Polícia Federal. Na entrevista coletiva à imprensa, no início da tarde, Cunha negou a notícia de que iria renunciar ao cargo e partiu para o ataque contra o PT. Segundo ele, conhecido por uma atitude de retaliação contra todos os que o ameaçam, o PT está praticando o revanchismo. "Sou desafeto do governo. Fui escolhido para ser investigado. Nada mais natural que eles vão buscar o revanchismo", acrescentou. 

Declarando-se inocente das denúncias de lavagem de dinheiro e corrupção por suspeita de receber cinco milhões de dólares para intermediar a construção de navios-sonda para a Petrobras, Cunha disse que causa “estranheza” que “só é sujeito a operações até agora aqueles quem não são do PT", disse. 

"Não estou nem um pouco preocupado com operação que aconteceu. Normal, natural, mas estranho profundamente essa concentração no PMDB", disse o parlamentar, em referência ao da ação da Polícia federal ter se desenvolvido também nas casas do ministro de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera - que chegou a ser chamado de "pau-mandado de Cunha" pelo doleiro e delator Alberto Youssef -, do ministro do Turismo, Henrique Alves (PMDB-RN), do senador Edison Lobão (PMDB-MA), do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), e do deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE). 

Segundo informações da Agência Brasil, os agentes da PF chegaram à residência oficial da Presidência da Câmara às 5h50, mas só entraram na casa depois das 6h. Em sua conta no twitter, o deputado Chico Alencar (Psol-RJ), um dos autores do pedido de cassação de Cunha no Conselho de Ética, escreveu que "na sua infinita arrogância e cinismo, Cunha pedira, há meses, que a PF, indo à sua casa, 'não chegasse antes das 6h da manhã'. Foi feito!" 

Conselho de Ética 

Em uma mesma manhã, Cunha recebeu dois golpes em sua trajetória de perseguição aos seus desafetos desde que assumiu a Presidência da Câmara, tendo o PT e a presidenta Dilma Rousseff como alvos preferenciais. Logo após a ação da Polícia Federal, o Conselho de Ética da Câmara aprovou o relatório do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) aceitando pedido de cassação de Cunha. 

Para a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), depois de tantas manobras, é uma vitória o resultado no Conselho de Ética. “Já passou do tempo de Eduardo Cunha desapegar da Presidência da Câmara. Ele tem realizado manobras inimagináveis para salvar a si próprio. Mentiu para a Câmara, só isso já seria motivo suficiente para que ele saísse”, lembra a parlamentar.

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