Conselho de Ética da Câmara aprova pedido de cassação de Cunha

Em uma primeira votação, que permitiu a continuidade dos trabalhos sem pedidos de vista, a reunião do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados já apontava para a derrota do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O processo do pedido de cassação dele foi aprovado por 11 votos a 9 e uma abstenção.

Agência Câmara

Mal começou a sessão, um dos aliados de Cunha já anunciava o pedido de vista

O processo do pedido de cassação dele foi aprovado por 11 votos a 9 e uma abstenção; quase o mesmo escore (sem abstenção) que recebeu para a continuidade da discussão do relatório, sem pedido de vista

Os aliados de Cunha, que nas seis sessões anteriores provocaram tumulto e usaram manobras para impedir a votação, estavam mais calmos, após a repercussão negativa da última sessão.

O presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), iniciou os trabalhos pedindo aos parlamentares que os trabalhos fossem tranquilos, lembrando que “os fatos ocorridos na última reunião foram lamentáveis e denigrem este Conselho e esta Casa. Não foram exemplos que possam ser citados. Espero que possamos apagar as páginas da última reunião”, falou o presidente, em referência aos tumultos que culminaram com bate-boca e quase agressões físicas entre os deputados.

Mal começou a sessão, um dos aliados de Cunha já anunciava o pedido de vista, considerando que o processo estava com novo relator. O relator Marcos Rogério (PDT-RO) disse que o processo não voltou a estaca zero e que o pedido de vista é para o processo e não o voto do relator, afastando a possibilidade de pedido de vista.

Ele disse ainda, após da leitura do seu voto pela admissibilidade do pedido de cassação de Cunha, que os deputados estão discutindo a matéria e que não houve qualquer alteração no texto apresentado pelo relator anterior, deputado Fausto Pinato (PRB-SP). Disse ainda que nessa fase não cabe qualquer juízo de mérito e apenas de admissibilidade do processo. 

Desde a semana passada, Marcos Rogério já tinha anunciado que ia admitir a representação em que o Psol e a Rede pedem a cassação do mandato de Cunha, sob a acusação de que o presidente da Câmara mentiu à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras sobre contas na Suíça e também com base em denúncias de delatores da Operação Lava Jato.

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