Comunhão de princípios

Artigo do vice-líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Rubens Pereira Jr (MA) 


Celebramos nessa quinta-feira que passou o Corpus Christi, data consagrada há séculos no calendário cristão. A celebração foi oficializada pelo Vaticano no século XIV e já se enfronhou nas diferentes comunidades cristãs de todo o mundo. Aqui no Maranhão, são famosas as festas de devoção, como em Imperatriz e Caxias, com a beleza das procissões e da fé demonstrada por milhares de fiéis.

Nessa data, vivemos um momento de celebração do Corpo de Cristo, sacrificado na cruz em prol da salvação da Humanidade. É tempo, portanto, de celebrar a comunhão. Esse sacramento simboliza comungar– ou seja, tornar comum – os princípios cristãos. É o momento em que amalgamamos nossa alma ao Corpo de Cristo, morto na cruz.

Pão partido e compartilhado, da solidariedade que irmana cristãos e está presente também como um dos valores máximos em todas as religiões. Princípio que norteia também a ideologia política de meu partido, a comunhão do viver em qualidade, com garantias dignas de saneamento, trabalho, educação e saúde a cada um dos seres humanos.

“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus” (Mateus; 5, 3). Em várias passagens da Bíblia, Jesus sacramenta que é dos humildes a redenção guardada na vida eterna. “Os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos” (Mateus; 20,16). E tantas são as passagens da Palavra que destacam a intenção divina de salvar e atender aos mais necessitados. “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mateus; 11, 28).

A força desse pensamento, de que as pessoas mais excluídas da sociedade, são as que serão atendidas pela providência divina, mobilizou milhões de corações em todo o planeta nos últimos séculos.

Aqui por terras maranhenses, neste quinhão de terra fértil e abundante em água que Deus nos brindou, sigo convicto de que bons ventos nos aguardam. Com o exercício da solidariedade, o exercício do Poder Público em prol do bem comum, vamos construir um estado melhor para todos.

São meus votos também para todo o país, ainda marcado em sua face pelas auguras de chagas seculares que carrega. Dois séculos de escravidão e três de colonização. A exploração desproporcional de nossos bens naturais, a opressão de massas de trabalhadores e mais de 20 anos de uma ditadura cruel que obscureceu nosso país. São tantas heranças e vivências que precisam ser superadas, que só posso ter a certeza de que ainda restam muitos anos, décadas e mesmo séculos de lutas para transformar essa realidade. Que não nos falte Fé.

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