Indicação de Fufuca a ministério mostra articulação de Lula às cegas no Congresso




A indicação de André Fufuca para assumir um ministério mostrou como o Palácio do Planalto está desconectado do Congresso. O entorno de Lula, responsável pela articulação política do governo, não sabia que Fufuca pertencia à tropa de choque de Eduardo Cunha na Câmara. Já o presidente nunca tinha ouvido falar no nome do parlamentar.

A coluna mostrou que Lula pediu as credenciais de Fufuca para Gleisi Hoffmann, a presidente do PT, e para Flávio Dino, ministro da Justiça e ex-governador do Maranhão. Sinal de que o presidente não fez um dever de casa básico. Fufuca é o líder da bancada da Câmara do PP, partido de Arthur Lira e que conta com 49 deputados (o quarto maior na Casa).


Os ministros palacianos tinham relação com Fufuca pela função que o deputado ocupava, mas alguns conselheiros de Lula se surpreenderam quando foram informados sobre o passado do pepista. O parlamentar ganhou notoriedade quando, em 2017, aos 28 anos, assumiu a presidência temporária da Câmara após uma viagem de Michel Temer para o exterior. Fufuca era o segundo vice-presidente da Casa, à época comandada por Rodrigo Maia.


O então deputado Júlio Delgado comentava que Fufuca era tão leal a Cunha a ponto de chamá-lo de “papi”. O pepista rechaçou o termo publicamente, mas nunca escondeu a amizade que manteve com o ex-presidente da Câmara. No Planalto, tudo isso era novidade até a semana passada.


Fufuca e o deputado Silvio Costa Filho, do Republicanos, foram confirmados como ministros, mas não sabem quais cargos ocuparão. A definição ocorrerá após Lula voltar para Brasília, na sexta-feira (11/8).



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