“Espera aí, vai passear em Foz do Iguaçu, vai passear no Nordeste, está cheio de praia bonita, vai para Cachoeiro do Itapemirim conhecer onde Roberto Carlos nasceu. Vai passear, conhecer o Brasil”, afirmou.
Em seguida, o ministro reestruturou sua fala sobre as domésticas.
“Vão dizer ‘ministro diz que empregada doméstica estava indo para Disneylândia’. Não, o ministro está dizendo que o câmbio estava tão barato que todo mundo mundo estava indo para a Disneylândia”, disse.
Com o recuo do varejo em dezembro, o dólar chegou nesta quarta-feira pela primeira vez a R$ 4,352, alta de 0,6%.
O dado fraco do mês de Natal sugere que a retomada do crescimento econômico não engrenou, o que pode levar a novos cortes na Selic por parte do Banco Central como estímulo. Com juros mais baixos, estrangeiros retiram investimentos do país, o que eleva o preço da moeda americana.
Em 2020, o dólar acumula alta de 8,4% ante o real, que é a moeda que mais se desvaloriza no período em todo o mundo.
Guedes afirmou que o modelo econômico do país, que antes era ancorado em juros altos e câmbio desvalorizado, mudou. Segundo ele, é melhor ter juros a 4% ao ano e câmbio a R$ 4 do que juros a 14% ao ano e câmbio a R$ 1,80.
“Câmbio um pouquinho mais alto é bom para todo mundo, mais exportação, mais substituição de importações”, ressaltou.
O ministro da Economia não tem autonomia para definir os patamares do câmbio ou dos juros no país. É competência do BC (Banco Central) estabelecer a taxa básica de juros da economia. O câmbio, por sua vez, é flutuante, mas a autoridade monetária atua para garantir liquidez de moeda e evitar movimentos bruscos no mercado.
A política econômica conduzida por Guedes, entretanto, pode influenciar na evolução desses indicadores.
Esta não é a primeira vez que o chefe da equipe econômica diz preferir o dólar mais alto. Em novembro de 2019, ele afirmou que é bom o país se acostumar com a moeda americana valorizada.
“O dólar está alto. Qual o problema? Zero. Nem inflação ele [dólar alto] está causando. Vamos exportar um pouco mais e importar um pouco menos”, afirmou o ministro em Washington. “É bom se acostumar com juros mais baixos por um bom tempo e com o câmbio mais alto por um bom tempo.”
Neste mês, outra fala pública do ministro gerou polêmica. Em defesa do projeto de ajuste nas contas públicas, Guedes comparou servidores públicos a parasitas, que estão matando o hospedeiro (o governo) ao receberem reajustes automáticos enquanto estados estão quebrados.
“O governo está quebrado, gasta 90% da receita com salário e é obrigado a dar aumento”, argumentou o ministro em evento no Rio de Janeiro.
“O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação, além de ter estabilidade na carreira e aposentadoria generosa. O hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita”, disse, defendendo o fim dos reajustes automáticos.
As declarações do ministro geraram críticas de diversas categorias de servidores. Como efeito, a proposta de reforma de cargos e salários do serviço público, que estava pronta para apresentação, acabou adiada.
Ele acabou pedindo desculpas pelas afirmações e disse ter sido mal interpretado.
Nesta quarta, Guedes voltou ao tema dos servidores e afirmou que a reforma administrativa “entra” pela Câmara dos Deputados, sem deixar claro se será apresentada uma proposta de autoria do Executivo. Nesta semana, o governo considerou a hipótese de não enviar um texto próprio e aproveitar uma matéria que já tramita no Congresso.
O ministro voltou a afirmar que vai propor uma reforma que mantenha os direitos dos servidores que já estão em atividade, alterando regras os novos entrantes.
Fonte:1.folha.uol
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