Posse de Cármem Lúcia vira ato contra corrupção

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Cerimônia de posse da ministra Cármen Lúcia na presidência do Supremo Tribunal Federal teve discursos duros contra a corrupção; o decano Celso de Mello defendeu que os "infiéis da causa pública, indignos do poder", sejam punidos e afirmou que não devemos deixar que o poder seja tomado por "facções criminosas" ou "marginais da República"; já o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, criticou o que chamou de tentativa "desonesta de desconstrução da imagem" do trabalho "sério e isento de investigadores e juízes"; ele defendeu as 10 medidas anticorrupção apresentadas pelo MP e declarou que "o Brasil precisa mudar e precisa do empenho do Judiciário e MP"


247 - A cerimônia de posse da ministra Cármen Lúcia na presidência do Supremo Tribunal Federal se transformou em ato contra a corrupção em meio ao momento político vivenciado pelo Brasil. Na mesma cerimônia, o ministro Dias Toffoli foi empossado como vice-presidente do STF.

O ato teve a participação de Caetano Veloso, que cantou o Hino Nacional e tocou violão, e a presença dos presidentes dos três poderes - Renan Calheiros, do Legislativo, e Michel Temer, do Executivo, além do Judiciário, que passou a ser representado por Cármen Lúcia. Os ex-presidentes Lula e José Sarney também compareceram ao ato.

Em sua fala, o decano da Corte, ministro Celso de Mello, defendeu que os "infiéis da causa pública, indignos do poder", sejam punidos e afirmou que não devemos deixar que o poder seja tomado por "facções criminosas" ou "marginais da República".

Ele citou o "imoral sodalício" em que se juntaram agentes públicos e empresariais para fraudar o estado e criticou quem usa o poder em benefício próprio, ou de caráter empresarial, ou com finalidade político-partidária.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, próximo a discursar, criticou o que chamou de tentativa "desonesta de desconstrução da imagem" do trabalho "sério e isento de investigadores e juízes", em referência à Operação Lava Jato.

Ele defendeu as dez medidas anticorrupção apresentadas pelo Ministério Público Federal ao Congresso Nacional e declarou que "o Brasil precisa mudar e precisa do empenho do Judiciário e do Ministério Público".

"O sistema da nova República está em cheque", declarou Janot. "Vivemos uma crise multidimensional no país", acrescentou o chefe da PGR, afirmando que o Judiciário está nela em várias frentes.

O discurso seguinte, do presidente da OAB, Cláudio Lamachia, criticou uma das medidas do MP: o uso de prova produzida por meio ilegal, desde que tenha havido com boa-fé. "Não se combate o crime com outro crime", afirmou. Ele também diz que a entidade, que declarou apoio ao impeachment de Dilma Rousseff, "não tem cor partidária, seu partido é o Brasil".

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