Milhares de pessoas participam desde a manhã desta sexta-feira (5), no Rio de Janeiro, de uma manifestação para denunciar à comunidade internacional o golpe em curso no Brasil com o afastamento da presidenta eleita Dilma Rousseff e contra os retrocessos dos direitos do povo aplicados pelo governo interino de Michel Temer. O protesto teve início mais cedo na Zona Sul do Rio, em frente ao Hotel Copacabana Palace. Depois, os manifestantes seguiram em passeata até as proximidades do palco da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, o Maracanã.
Organizada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, a grande manifestação seguia pela Avenida Conde do Bonfim em direção à Praça Afonso Penna, na Tijuca, quando foi impedida de continuar o trajeto pela cavalaria da Polícia Militar.
Os ativistas disseram que o comandante da operação, major Márcio Varella, havia acordado que a passeata prosseguisse, mas o oficial informou que a ordem de bloqueio partiu de superiores. O impasse durou cerca de 15 minutos e os manifestantes puderam prosseguir, sempre escoltados por policiais do Batalhão de Policiamento em Grandes Eventos.
O coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, destacou na abertura do ato a necessidade de mostrar não só para o Brasil, mas também para o mundo todo que está de olho no Brasil com a Olimpíada, que há nosso Brasil um “governo ilegítimo”, de um “presidente que não recebeu voto de ninguém” e que ainda “quer aplicar um programa de retrocessos”. “Há um golpe institucional, um golpe parlamentar acontecendo no Brasil, e nós temos que quebrar a barreira da mídia brasileira, que não diz coisa nenhuma a esse respeito.”
Em frente ao Copacabana Palace, militantes da União da Juventude Socialista (UJS), se juntaram a vários outros movimentos sociais, como de trabalhadores, mulheres, LGBTs, negros, sem-terra, sem-teto e estudantis. Com palavras de ordem, eles saudaram as Olimpíadas denunciando o golpe contra a recente democracia brasileira. A juventude, em consonância com os anseios da população, pediram uma consulta popular que poderá decidir o futuro político do país. O plebiscito por novas eleições é reivindicado por mais da metade da população brasileira, segundo recentes pesquisas de opinião.
Guilherme Boulos contou que novos atos devem acontecer ao longo dos Jogos. “Não é ameaça de criminalização, não é ameaça vazia de um ministro interino e golpista da Justiça (para quem eu queria pedir uma vaia aqui), não nos calarão, seguiremos a luta, e os Jogos Olímpicos vão ser momento de denúncia do golpe do governo ilegítimo do ataque aos direitos sociais”, ressaltou.
Segundo informações do Mídia Ninja, a manifestação ocorria pacificamente até o início desta noite, até que os PMs, “com o intuito de dispersar a manifestação que se aproximava do estádio Maracanã, intensificaram as revistas no perímetro do local, agrediram e lançaram contra os manifestantes bombas de gás lacrimogêneo, uma delas atingiu uma ativista que ficou desacordada”.
Fonte: Agencia de Notícias
Comentários
Postar um comentário
Diga o que você achou dessa matéria?