Após ausência, sem qualquer aviso prévio, do presidente da Comissão Provisória do PSB em São Luís, vereador Roberto Rocha Junior, na reunião que ele marcou para dar uma posição sobre os rumos do partido em relação às eleições municipais na capital, o de deputado estadual Bira do Pindaré (PSB) ajuizou uma ação junto ao Tribunal Regional Eleitoral. O documento, protocolado no final da tarde de hoje, solicita o cumprimento da lei eleitoral do Estatuto e do regimento interno do Partido Socialista Brasileiro.
A atitude era aguarda com muita ansiedade no cenário político, que aguarda há quase um ano o desenrolar da candidatura de Bira a prefeito da capital, desde que a militância lançou o nome dele em 2015. História que seria concluída hoje, segundo o representante da Juventude Socialista, André Poeta, se o filho do senador Roberto Rocha tivesse honrado com o compromisso de reunir com a militância para deliberar a questão.
O que não aconteceu. O filho do senador designou o vice-presidente da Comissão, vereador Estevão Aragão, para comandar a reunião, só que sem qualquer poder deliberativo, isto é, sem poder de decisão. "O senador não precisa mais esconder. Essa postura é lamentável. Roberto Rocha não quer a candidatura do deputado Bira a prefeito de São Luís e não tem coragem de dizer isso, mas isso já está muito claro para nós. O que ele precisa entender é que coronel não manda no PSB. Já dissemos e vamos repetir, o nosso partido é coletivo e não vamos permitir que seja alugado para atender aos interesses pessoais de Saruê ou de filho de Saruê nenhum”, destacou Poeta.
Bira assegurou que a militância vai brigar pelo Congresso e pela candidatura própria. Lembrou que todos os prazos foram dados - este último, marcado pelo próprio Roberto Junior, que sem nenhum trato desrespeitou não um, mas todos os filiados da sigla. Primeiro quando se negou a fazer o Congresso; depois ao restringir uma decisão do partido a uma cúpula comandada por ele mesmo e pelo pai; e, terceiro, ao marcar uma reunião onde daria importante posicionamento e faltou, sem aviso prévio, deixando uma ‘Comissão decorativa’.
“O que a gente queria era um entendimento, mas eu já vimos que querem usar o partido como moeda de troca para servir aos seus interesses particulares. Eu não concordo com isso e nós vamos buscar os nossos direitos. Independente de ganhar ou perder, sairemos de cabeça erguida. E é isso que prevalece porque a história esquece os covardes. Mas lembra dos valentes, dos combates, daqueles que não se vendem e não se rendem”, pontuou o deputado.
Ele disse ainda que a postura da Comissão Provisória é uma violência contra a democracia, ao direito dos filiados e violência contra a cidade, que deveria ter o máximo de opções para decidir qual o melhor caminho nesta eleição. “Como não tivemos resposta de maneira adequada e respeitosa em relação a discussão pleiteada junto ao PSB São Luís, não restou outro caminho para nós, a não ser o de buscar o amparo judicial. Estamos pedindo socorro com essa petição a justiça para que a democracia prevaleça”, completou.
Para concluir, Bira disse que está com a consciência tranquila e que lutará até o fim pelo direito de cada filiado do Partido Socialista Brasileiro de escolher o candidato que quer para a cidade de São Luís. “Partido não é propriedade privada. Partido não tem dono. Partido não é quintal, nem fazenda de ninguém. Portanto, nós precisamos resgatar o sentido maior da nossa constituição, que é a democracia. ‘Todo pode emana do povo’, é o que nós queremos que aconteça no PSB”, finalizou.
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